sábado, 11 de outubro de 2014

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 São Tomé e Príncipe

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Socopé

Tal como todos os países africanos, S. Tomé e Príncipe, embora um arquipélago, também se encontra grandemente revestido de inúmeras manifestações culturais.
Estas exaltam os nossos valores, as nossas crenças, as nossas tradições, os nossos ritos, isto é, aquilo que genuinamente fomos, somos, e sempre seremos – Homens Livres, Forros, de facto alforriados pela natureza.
Mas, o que de facto é o Socopé? Qual a sua origem, o seu significado e a sua evolução? Quais os seus rituais? Qual o parecer da sociedade relativamente á esta dança? Qual a entidade responsável pela sua supervisão e andamento?
Estas são algumas questões pertinentes cujas respostas serão reveladas ao longo da explanação do nosso trabalho, além de outras que também contribuirão para o aguçamento dos nossos e vossos saberes no que se refere ao Socopé ou Bilanguá.
O nosso objectivo neste trabalho é definir de forma mais íntegra possível o que de facto é o Socopé ou Bilanguá. Ora, como sistematicamente nos foi transmitido, é uma das danças tradicionais de S. Tomé e Príncipe. Mas perguntamos: Qual o verdadeiro significado do termo dança? O que denota a palavra tradicional?
Bem, dança corresponde à execução rítmica de movimentos do corpo, geralmente acompanhados por música, podendo o ritmo ser ou mais lento, ou mais rápido. É também um dos meios pelos quais expressamos exteriormente as nossas emoções, atitudes e valores, muitas vezes de alegria, e raras vezes de ódio e vingança (conforme manifesto nas danças de guerra).
Essas emoções reveladas nas danças são realçadas por trajes apropriadamente coloridos, ou por divisas e galões.
Quem dança tem arte. Desde os tempos mais antigos, de acordo com o que veremos na história da dança Socopé.
A dança é usada por todas as raças como meio de expressão emocional, principalmente, no que se refere á adoração e a tradição. O Socopé não foge á regra. Assim, «os motivos e objectivos das próprias danças, as suas finalidades anunciadas, os movimentos dos corpos dançantes e as ideias transmitidas por eles aos espectadores são coisas importantes a considerar», pois, isto constitui um elemento identificador de um povo.
Contudo, também vimos que a dança faz parte de uma determinada tradição, ou seja, «informações, doutrinas ou costumes, transmitidos dos pais para os filhos ou que se tornaram o modo estabelecido de pensar ou de agir». Etimologicamente, o termo tradição vem do grego «paradosís» que significa, literalmente, «coisa entregue em adição» é, portanto, o que é transmitido por via oral ou escrita.
Agora sim, podemos dizer, consciente e convictamente que o Socopé é uma dança tradicional, isto é, prática cultural que nos foi transmitida por nossos pais e avós, maioritariamente por via oral, como é o caso do Socopé.
E interessante que o Socopé, conforme dito pelos santomenses, corresponde á pronúncia errada de «só com os pés ou só com o pé». Quanto a como e quando começou, ninguém sabe. Mas, garante-se que, de entre todas as outras, é a dança mais genuinamente santomense.
Supõe-se que ela tenha tomado o lugar do «lundum», dança mais antiga de S. Tomé, que possuía um conjunto musical composto por três elementos: a dunfa, que representa o bombo, a caixa média e caixa requinte, ambas feitas de pele de aro e casca de madeira. Mas, há quem diga que não. Mas, isto não interessa. O que interessa é que a dança é pura de S. Tomé. Ela é composta por duas partes: a feminina, e a masculina.
As senhoras vestem quimonos (blusa tradicional de vários modelos, feitios, e cores, utilizadas pelas senhoras de S. Tomé e Príncipe, quer nos expedientes quotidianos, quer nas festas religiosas e populares) e saias. Por outro lado, os senhores usam nas camisas fitas e distintivos. Também as senhoras usam distintivos, que assumem a forma de bandas coloridas que lhes atravessa o peito, além de fitas atadas nos seus chapéus e lenços.
Como forma de expressão cultural, as danças tradicionais, existiam desde outrora e sempre estiveram presentes em várias civilizações.
Será que com o passar do tempo as danças se alteraram? Poderão estabelecer-se paralelos entre as danças actuais e as antigas? Bem, é natural e lógico que as culturas evoluam com passar do tempo, sendo o Homem o produtor da sua própria cultura, não é um ser isolado, mas sim, um ser sujeito a várias influências; influências estas que se intensificaram ainda mais com a globalização. No entanto, evolução não significa necessariamente, alteração total ou modificação radical. É exactamente isso que se pode observar nas danças tradicionais de S. Tomé. Em geral, estas evoluíram, mas as suas características fundamentais permanecem.
Entretanto, se analisarmos atenciosamente os rituais do Socopé, seremos capazes de estabelecer paralelos entre ela e algumas danças da antiguidade. Por exemplo, tal como nas danças Babilónicas, o Socopé também está ligado a cortejos e procissões, existindo, também, uma fusão entre elementos religiosos e pagãos.
As tendências religiosas são visíveis nos dias em que respectivos grupos de Socopé realizam a celebração do seu aniversário, pois reúnem-se na Igreja em companhia dos seus diversos «santos». Não obstante, após o pequeno culto, a festa pagã segue-se com seus ritos e práticas. O Socope´ é normalmente representado no mesmo dia em que outras danças tradicionais se exibem.
Antes do Socopé propriamente dito, faz-se uma cerimónia introdutória. Mais do que todas as outras, o Socopé é uma dança tradicional cujo ritual é complicado, mas que todos os participantes o acatam obedientemente, apesar de não existir nada escrito. Os respectivos membros do grupo sabem que começam por se sentar ordeiramente numa mesa, cada um no seu devido lugar, tendo em conta o seu grau de importância. Esta é a posição correcta para a refeição que á deve ser servida a estes no final da noite (23:00). Estes tomam as suas posições ao som do apito tocado pelo presidente do grupo. Cada toque do apito resulta num acto por parte dos membros recostados á mesa. O primeiro toque implica a aproximação do grupo a mesa. Ao segundo, põem-se em fila ao redor da mesa. Ao som do terceiro apito, todos devem acenar com as mãos, fazendo continência ao presidente. Ao toque do quarto, sentam-se na mesa, e por último, ao toque do último apito, todos começam a comer. Mas entre os toques de apitos, há longos intervalos de tempo. Após a ceia, todos estão fisicamente energéticos; depois se levantarem da mesa e de se terem organizado, hasteiam a bandeira da sociedade da qual fazem parte. Isto é sinal de que a exibição do Socopé vai começar. Ordeiramente, entoam as suas melodias, marchando. Esta marcha avança tão vagarosamente que o grupo é obrigado a parar, repetidas vezes, para se reorganizar, por causa da desordem dos espectadores que acompanham activamente a marcha.
Com a marcha, pretendem chegar ao quintal do dirigente da festa, pois os grupos de Socopé normalmente actuam em ocasiões (festas), para as quais são convidados especiais. Mal chegam ao quintal do anfitrião, ainda acompanhados dos observadores ansiosos, um garoto, por designação, coloca um banquinho (mocho de madeira) ao lado da pessoa que irá discursar. Este, por sua vez, põe-se sobre o mocho, e insta silêncio, pois a barulheira é enorme, obedientemente todos se calam. O orador começa por homenagear os realizadores do festim, por se encarregarem de cobrir todas as despesas feitas em prol da festa. Depois bombardeia todos com sátiras, ditos grosseiros, maliciosos e ordinários. Porém, entre os espectadores, estes suscitam riso. O ambiente torna-se totalmente risonho.
Similar a quase que todas as outras danças tradicionais de S. Tomé, o Socopé obedece a uma hierarquia, embora a do Socopé seja mais complexa e numerosa. Quer na parte masculina, quer na feminina. Temos o presidente, o vice-presidente, o presidente do conselho, o comissário, o presidente do caminho-de-ferro, o secretário, o inspector do cântico, o comandante do cântico, o primeiro cantor, sócios, tocadores, cantores e dois chefes de trânsito. Nesta sequência, o que tem mais responsabilidades é o presidente, pois é este quem tem a tarefa de supervisionar o grupo em todos os aspectos. Mas além do presidente, todos eles têm as suas funções; funções estas que pertencem única e exclusivamente a eles. Ninguém se intromete nelas.
As senhoras formam pares com senhores da sua categoria (por exemplo: o presidente com a presidente). Os respectivos pares enlaçam as suas mãos e marcham, dando seis passos tradicionais. O resto é deixado à mercê dos dançarinos, que influenciados pelo toque da música, dançam euforicamente. A dança é capaz de quebrantar os grilhões do receio e da vergonha. Com poucos intervalos de descanso, dançam, cantam e tocam até o amanhecer do novo dia.
Os santomenses constituem uma “nação” com um enorme potencial criativo. Embora influenciados pela chamada globalização, que de facto de uns tempos para cá, tem causado grandes repercussões no que se refere à nossa tradição e à nossa cultura, estes não dão grandes margens para o desenraizamento total das suas potencialidades criativas, em especial no âmbito cultural. O povo santomense é grandemente caracterizado pelas suas músicas. Mas, ao falarmos de músicas, obrigatoriamente temos que fazer menção detalhada ao conjunto responsável pela produção de sons presentes nas músicas – instrumentos musicais.
O Socopé enquanto dança tradicional é a que, provavelmente, usa menos instrumentos musicais. É interessante, que alguns destes instrumentos musicais advêm de coisas simples, acessíveis muitas das vezes aparentemente insignificantes, mas que os tocadores usam tão bem, fazendo-os produzir sons extraordinários.
Este é o caso do chamado pó mamom (português: pau de mamão), que é adquirido do tronco do mamoeiro. Este, depois de preparado, produz sons quase que idênticos ao dos trombones de vara. Além deste, também usam dois tambores, que são indispensáveis. Também é comum incluir-se duas sacáias, instrumento musical que consiste num cesto clausulado, de pequena dimensão, cheio de grãos de salaconta (chocalho tradicional) e por último, além de um par de ferrinhos, costuma-se usar dois canzás – instrumento musical similar ao Reco-Reco, que consiste num pau dentado, onde se esfrega outro pau afim de emitir um som seco e contínuo. Resta ter a capacidade de manejá-los correctamente, fazer convergir os seus sons e temos o Socopé «feito».
Desde outrora que o modo como as pessoas se vestiam, especialmente nas manifestações culturais, servia de marca identificadora para as mesmas. A forma de nos vestirmos em determinadas ocasiões, reflecte a nossa personalidade, as nossas crenças, as nossas emoções e os nossos sentimentos. Só para exemplificar, o uso frequente de roupas pretas (brancas ou roxas – dependendo da cultura) aplica-se a pessoas que perderam os seus entes queridos. Neste caso, a vestimenta reflecte os sentimentos de pesar, de tristeza e desgosto.
Bem, felizmente este não é o caso da vestimenta predominante no Socopé. Antes, pelo contrário, as cores das roupas são vivas e tão vistosas que logo soltam à vista, quer no que diz respeito à indumentária feminina, quer masculina. As senhoras envergam quimonos e saias, conforme já se salientou. Além de já haver cores no facto, usam panos coloridos que lhes atravessa o peito, fitas nos lenços e nos chapéus. Por outro lado, os homens usam uma roupa mais formal, e em simultâneo, divisas e distintivos nas camisas que atestam a sua posição elevada.
A música é um meio pelo qual os humanos podem dar expressão às suas emoções, tristezas e alegrias. O expressar alegria aplica-se directamente ao Socopé, pois embora esta seja simples e acessível, quer no som quer nas palavras, ela transmite uma inspiração tão forte quer aos dançarinos quer aos espectadores, que raramente se verificam intervalos na dança e estes dançam ao som da musica até à manha seguinte.
O som do Socopé limita-se a estar em consonância com o coro emitido por quase todos: pelos dançarinos, pelos tocadores e pelos próprios representadores. E é importante referir que as músicas do Socopé são sempre cantadas em dialecto e as suas letras dizem várias coisas. Umas vezes satirizam o governo, os representantes do país, outras as práticas da sociedade. Mas algumas há que apelam ao amor, à harmonia e à fé de cada um.
Embora o ritmo das músicas do Socopé seja cadenciado, reporta-nos para algo de triunfante, para como que uma celebração de marcha e de glória. Actualmente existem poucos grupos de Socopé activos em comparação os tempos passados, no entanto, cantores nacionais tais como Nilo Galego e Garrido (Equipe SomMaster) têm dado prosseguimento a este tipo de música, valorizando assim o nosso património cultural.
Para qualquer país se desenvolver culturalmente, é preciso haver um interesse manifesto de toda a população de modo a promover a sua cultura. Sobretudo em S. Tomé onde existem tantas expressões culturais. O Socopé é apenas uma entre tantas outras, tipicamente são-tomenses; mas tem-se notado que esta dança está a perder o seu valor, uma vez que as pessoas têm mais interesse por outras, apesar de terem surgido, nos últimos anos, vários grupos para a divulgação e promoção da mesma. Por esta razão é importante que se verifique a consolidação destes grupos culturais. Ao recolhermos depoimentos de algumas pessoas na rua, concluímos que poucos têm vontade de aprender esta dança.
Este trabalho, tem como objectivo, exortar a todos os santomenses à acção, isto é, embora pareça (para muitos) ser tarde demais para isso, o desaparecer ou o permanecer daquilo que é nosso por direito legítimo muito dependerá de quando e como agiremos.
Os santomenses são livres, foram literalmente e felizmente libertos dos grilhões que os aprisionavam, mas podemos concluir e o leitor poderá concluir também que numa perspectiva lógica e sem nos apercebermos nos estamos enlaçando novamente. Liberdade é sinónima de identidade única e própria. Assim se nós continuarmos a permitir que a nossa cultura, a nossa tradição, em suma a nossa identidade, desapareça com a intensidade com que está desaparecendo, também perderemos o que nos caracteriza enquanto forros, ou seja, a nossa liberdade, pois deixaremos de possuir o nosso bilhete de identidade cultural.
Não é que tenhamos que optar pelos extremos e sermos fundamentalistas e impedirmos a entrada de qualquer influência estrangeira, mas também não deveremos ser permissivos ao ponto da apatia e aceitar quer a exagerada aculturação, quer o desarreigamento dos nossos alicerces culturais.
Porém, devemos optar pela razoabilidade, ou seja, seguirmos as orientações do «levê levê», o nosso lema. O ser levê levê que implica reflectir e raciocinar o suficiente a fim de agirmos eficazmente.
Se nós fizemos isso e tendo em atenção o que o ditado popular diz «é do pequenino que se torce o pepino», haverá mais possibilidades de os jovens se dedicarem à nossa cultura se os seus pais ou encarregados de educação ou ate mesmo os seus avós lhes incutirem esses valores desde a infância estaremos a trabalhar para a preservação da nossa cultura e identidade.

Puíta ou Semba

A Puíta ou Semba, mais conhecida pelos santomenses como “Puíta” é um tipo de dança que faz parte da nossa cultura.
Esta dança foi introduzida em S. Tomé e Príncipe pelos serviçais angolanos que na altura vieram trabalhar nas roças. Há quem diga que o Semba tem a mesma origem da “Massemba que também é uma dança angolana, pela semelhança existente entre elas.
Dizendo assim, dá a entender que a Puíta e o Semba são danças diferentes, mas segundo as entrevistas realizadas a algumas pessoas mais velhas, dançarinos da Puíta, o Semba é a continuação ou um ramo da Puíta, depois de tanto dançar a Puíta, alteraram ligeiramente a dança e esta ligeira alteração é que se chama de Semba.
Organizados em filas indianas, sem um número definido pessoas, as raparigas posicionam-se de um lado e os rapazes de outro, de modo a que fique um grupo defronte ao outro. Após o toque da música começam a dançar.
Em que consiste a dança?
Um rapaz desloca-se da sua fila e vai ao encontro a sua parceira e vice-versa e encontram-se no centro onde decorre a dança.
Dão a primeira, segunda e terceira “cumba” e regressam aos seus lugares, a seguir vem outro par e assim sucessivamente até todos dançarem e se possível repetir a ronda até que a música termine.

A Puíta ou semba é uma dança que se faz em homenagem aos defuntos. Diz-se que os espíritos dos mortos ficam inquietos e a forma de acalmá-los é dançando a Puíta noite do nojo até ao romper da manhã após a qual se celebra a missa.
Acredita-se que dançar a Puíta é uma forma de acalmar os espíritos daqueles que durante a sua vida trabalhavam nas roças, os “tongas” (oriundos de Angola e Moçambique), pelo facto de a Puíta fazer parte das suas actividades de lazer durante a sua vida. Defendem que os mortos continuam em contacto com o mundo dos vivos e que a actuação da Puíta é fundamental para o descanso dos mesmos.
É todo um conjunto de crenças e superstições que vêm desde séculos atrás e nas quais o povo acredita cegamente, pensando que o não cumprimento das mesmas terá graves consequências no dia-a-dia das pessoas, que se verifica neste caso e não só. De notar que por vezes até um simples partir de pratos é encarado como manifestação dos mortos, significando que eles estão aborrecidos.
Embora muitos não acreditam que depois que as pessoas morrem, continuem a estar em contacto com o mundo dos vivos, principalmente os mais jovens. A verdade é que os mais velhos acreditam tanto que dizem que “só se morre no corpo, a alma não morre”, podemos ver isso no dia-a-dia das pessoas. Tomemos por exemplo uma crença que é muito frequente em S.Tomé: existem pessoas que quando terminam de cozinhar, a primeira pessoa a ser servida é o defunto, ou seja, localmente chama-se cabeça de comida, que corresponde à primeira parte da comida, tira-se e põe-se num prato e deixa-se em cima da mesa, acreditando que o defunto ficará contente e mais calmo. E porque é que os defuntos são os primeiros a serem servidos? Trata-se de uma veneração, ou seja, dizem que os defuntos merecem mais respeito e por isso lhes atribuem uma especial atenção. E o facto de se esquecerem de servir a comida ao defunto, leva a que estes fiquem aborrecidos podendo-se manifestar através do latir dos cães, o simples bater de uma janela ou portão ou através de uma doença.
Devemos ver a Puíta como sendo uma relíquia que herdamos dos nossos antepassados e por isso devemos preservá-la, valorizá-la e dar-lhe o seu devido apreço, de modo que as gerações vindouras possam usufruir e se orgulhar desta bela dança.
Mas para que isso aconteça é necessário que haja intervenção de ambos os lados, ou seja, intervenção do estado e autarquias locais que passa pela educação cívica e intervenção civil que se realiza através da mudança de mentalidades.
Revitalizar a Puíta enquanto património histórico-cultural para além de ser um exercício de preservação da tradição é, também, uma aprendizagem importante para a cidadania, na medida em que esta passa pela preservação, valorização e manutenção dos valores culturais.


Auto de Floripes -Ilha de Príncipe

Anualmente no dia 15 de Agosto, a ilha do Príncipe é invadida por milhares de visitantes que para ali se dirigem a fim de assistir a festa de São Lourenço e o Auto de Floripes. Atracção cultural que preenche o cartaz turístico da ilha do Príncipe, é um teatro de rua cujo argumento retrata o conflito entre cristãos e mouros. A desavença começa primeiramente porque os cristãos decidem recuperar as santas relíquias roubadas pelos mouros onde o Almirante Balão através do seu embaixador, intima o Carlos Magno a tornar-se mouro e render homenagem ao seu deus mafoma sob pena de o enforcar numa alta torre. Por sua vez o Imperador Carlos Magno indignado com a proposta envia também um embaixador a fim de intimar o Almirante a fazer-se cristão e devolver as santas relíquias roubadas. As cenas desenrolam-se nas ruas principais da pequena cidade de Sto. António durante 3 dias.

Gastronomia

Gastronomia

Dispondo de vasta extensão marítima, é natural que o peixe seja um elemento proeminente na cozinha são-tomense. Os peixes são normalmente muito frescos o que os torna mais saborosos. Para os apreciadores de mariscos, a lagosta, a santola, o búzio, o polvo e o choco são muito apreciados. 
Por outro lado, a existência de terras férteis e vegetais em abundância conferem um sabor especial a culinária são-tomense. A banana é confeccionada de várias formas, cozida, frita ou assada acompanhada de legumes com o peixe cozido ou grelhado. O calulú, prato tradicional muito apreciado por famílias são-tomenses que assemelha-se a uma sopa com peixe seco ou carne, serve-se acompanhado de puré de banana ou de arroz cozido. De uma forma geral, a cozinha são-tomense é rica e com elevado valor nutritivo em proteína animal e vegetal.
Como não podia deixar de ser, os produtos que são resgatados ao mar constituem uma fatia substancial dos hábitos alimentares dos são-tomenses atum, barracuda, espadarte, peixe-voador, corvina e garoupa estão entre os petiscos mais apreciados. Bons exemplos são o "Calulú", feito com diferentes tipos de peixe fumado, camarões, óleo de palma, tomate, cebola e imensa variedade de picantes.
A "Cachupa", com bastantes semelhanças com o homónimo cabo-verdiano, de onde é originário, e que inclui ingredientes cozinhados como peixe, milho e feijão. O "Muzengué", preparado com peixe fumado, fruta-pão, óleo de palma, cebola e especiarias. E os mariscos, claro, estão no topo das preferências de todos os tamanhos, feitios e para todos os gostos. Nas carnes, a galinha ou o frango são bastante apreciados, até porque não é muito dispendiosa a sua criação, mas são os acompanhamentos, nomeadamente o milho, o feijão, o arroz, a fruta-pão, a mandioca, a batata-doce e a invulgar variedade de bananas que acabam por ser a base da alimentação.


A propósito, a fruta local é obrigatória, devido à quantidade e disponibilidade de ananás, papaia, manga, maçã, casamangas e outras de que nunca ouviu falar. Mas a doçaria também tem adeptos, com primazia para o arroz-doce, feito com óleo de coco, leite e açúcar. E, já agora, para acompanhar uma refeição é comum cerveja local ou, para os mais audazes, com o forte vinho de palma e uma aguardente. Para rematar, nada como um café de São Tomé.

TCHILOLI

O tchiloli é considerado por muitos, uma das manifestações artísticas mais representativas e de maior valor criativo existente nas ilhas. Teatro de rua, habitualmente representado nas festas religiosas, o tchiloli ou tragédia Marquês de Mãntua, cujo argumento reporta a corte medieval europeia – Imperador Carlos Magno e o Marquês de Mântua, encena um dilema moral extremo: um pai, o Imperador Carlos Magno é confrontado com um filho homicida e é dilacerado pelo conflito entre deveres paternais privados e os deveres da justiça pública, a cena pode demorar entre cinco a seis horas.

São Tome e Príncipe foi desde cedo uma importante encruzilhada no Oceano Atlântico, africanos de várias origens, portugueses deixaram as suas marcas no que é hoje a cultura são-tomense. Apesar da sua origem miscigenada, o são-tomense é caracterizado como povo pacífico, cortês e muito hospitaleiro.
Os aspectos marcantes podem ser observados nos ritmos, pinturas, arquitectura, danças, teatro, gastronomia e no quotidiano da população onde a fé cristã está omnipresente na cultura do povo através da veneração de santos padroeiros das diversas igrejas e ermidas existentes no Arquipélago

Danço Congo

É uma dança teatralizada (ou uma pantomina dançada) que tem lugar na gravana, ao ar livre, por altura das festas religiosas e populares.
Cada grupo de Danço Congo é constituído por uma secção musical (três ou quatro tambores, flautas e canzás) e um número variável de figurantes, todos eles hábeis dançarinos: o capitão congo, o lôgôzu, o anju môlê (anjo que morreu), o anju cantá (anjo cantador), o opé pó (figura que executa diversas acrobacias sobre duas andas), Mulogi o feiticeiro, o zuguzugu (ajudante de feiticeiro), três ou quatro bobos, o djabu (diabo) e dez a dezoito soldados dançarinos.
Esta dança frenética, colorida, espectacular, com uma vigorosa – quase violenta – coreografia, conta ao longo de três horas a seguinte história: um rico faleceu e deixou como herança aos seus quatro filhos (os bobos) uma extensa roça.
Incapazes de cuidar da propriedade, estes pedem a colaboração do "capitão congo", que aceita e escolhe os seus auxiliares (o lôgôzu passa a ser o guarda da roça). Um dia há festa e os bailarinos dançam orientados pelo capitão. O feiticeiro e o ajudante aproximam-se para observar.
O capitão vê-os e ordena ao 'anju cantá' que cante, convidando-os a participar na festa, mas eles não se aproximam. O capitão decide então cercá-los, para os capturar e obrigar a tomar parte na dança. Mais tarde, o feiticeiro e o ajudante conseguem fugir.
Aparece entretanto o opé pó, dançando sobre enormes andas, e os figurantes dispõem-se à sua volta e recomeçam a bailar. Passado algum tempo entra o demónio. O feiticeiro regressa e, com a ajuda do djabu, mata o anju molê (filho de um dos bobos).
A tristeza apodera-se de todos. O capitão pede contas ao lôgôzu por ter deixado escapar o feiticeiro, mas ele responde-lhe que a sua função era guardar a roça por fora e não por dentro. Indiferentes ao falecimento do anju molê, os bobos cantam em coro dizendo que não há motivo para a festa terminar.
O Danço Congo foi proibido na época colonial porque as autoridades alegavam que o seu ritmo frenético extenuava os dançarinos, diminuindo o seu rendimento no trabalho.

HÁBITOS & CULTURAS

Cultura

Culturalmente, S. Tomé e Príncipe insere-se no espaço lusófono, resultando numa mistura da cultura colonial portuguesa e da cultura trazida por escravos e contratados de outros países africanos de língua oficial portuguesa, principalmente Angola e Cabo Verde.
A língua é o Português, mas o Forro desenvolveu-se como uma língua sãotomense e é falado por cerca de 85% da população; a terceira língua mais falada é o Crioulo, usado pelos caboverdianos e seus descendentes.
A religião dominante é a católica, existem também outras religiões minoritárias, principalmente cristãs.
Muitos elementos africanos foram adoptados na culinária, nos costumes, nas crenças e no vestuário. O artesanato local produz objectos de coco, bambu, madeira esculpida ou embutidos, conchas, bonecos de pano, brinquedos de arame e objectos feitos de carapaça de tartaruga (proíbidos no ocidente por ser uma espécie protegida). Os pratos comuns são de peixe, acompanhados de banana frita ou cozida e fruta-pão. Os pratos típicos são o "Calulu", o "Blabla", a "Cachupa" e a "Feijoada".
A dança, a música e o teatro são também manifestações culturais frequentes e interligadas. Produto da partilha cultural entre os povos europeus e africanos reunidos em S. Tomé e Príncipe, vão desde autos medievais de origem europeia a danças como a puita de raízes angolanas, executada em homenagem aos mortos.
A literatura sãotomense também tem produzido os seus autores próprios, como Caetano Costa Alegre, José Ferreira Marques e Francisco José Tenreiro.
Existem alguns jornais edições online , uma rádio estatal e algumas experiências de televisão local. A presença sãotomense na internet começa ainda a dar os primeiros passos.

NOSSOS SERVIÇOS


  • DESPORTO  
  • GUI
  • EXCURSÃO
  • RENT a CAR
  • GASTRONOMIA 

sábado, 4 de outubro de 2014

QUEM SOMOS

Holiday Tour São Tomé, Somos uma  equipa de guias Turística  Capacitados, servimos  e acompanhamos os turista  nas actividades  durante a sua estadia em são tome é príncipe até a sua partida, com serviços como guias, rent-a-car e excursões.

  • Escalada au PICO  


O nosso Serviços é de qualidade e segurança.

Restaurante Celvas

O restaurante Celva´s é um espaço de conforto e hospitalidade onde se respira tranquilidade...

Aqui, um ambiente é fresco e intimista que estimula o despertar dos sentidos e alia-se na perfeição a uma fusão de sabores e cheiros que misturam o melhor da tradição Santomense e Portuguesa numa coziha de qualidade.

Localizado mesmo no centro de Guadalupe a 15 minutos da cidade, é um espaço ideal para desfrutar de uma nova panóplia de sensações.

Venha visitar o nosso espaço e desfrutar de uma experiência única para os sentidos.




Calulu prato tradicional de são Tomé acompanhamento com farinha de mandioca,massa de banana (Angú) e arroz.


CONTACTOS


 São Tomé e Príncipe

+(239) 992 3517 // +(239) 903 3517


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Restaurante Papa Figo


Restaurante Filomar

O Restaurante Filomar é um restaurante com vista  ao mar, come-se  peixes fresco grelhado ou cosido, de acordo a reserva, comida boa bom serviço de atendimento.

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Pestana Equador - Ilheu das Rolas

O Pestana Equador fica situado no Ilhéu das Rolas, a cerca de 60 km da capital de São Tomé e Príncipe, é um verdadeiro paraíso natural para umas férias românticas, desportivas ou mesmo de lazer. O acesso é efectuado unicamente por barco, a partir de Porto Alegre, na ilha de São Tomé.
Tem um dos fundos marinhos menos explorados, mais diversificados e coloridos do planeta, é sem dúvida um dos melhores locais para prática de desportos subaquáticos. Este resort em São Tomé e Príncipe é ideal para descontrair e estar em contacto com a natureza. O espírito pacífico das suas gentes, a beleza das suas paisagens, ainda num estado virgem, as praias desertas bordadas por coqueiros e de água amena, a vegetação, o clima, a comida, a música, fazem de São Tomé e Príncipe um país vocacionado para o turismo e um destino original. Para os seus momentos de lazer o hotel possui 1 piscina de água salgada (adulto e criança) e animação diária entre outras actividades.
Saboreie refeições típicas e deliciosas no Restaurante 7 Pedras e descontraia com uma bebida ao final do dia num dos 3 bares do hotel, um dos quais o bar da piscina. Todos os quartos deste hotel em São Tomé dispõem de ar condicionado, W.C. com duche e televisão satélite.

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