sábado, 11 de outubro de 2014

Danço Congo

É uma dança teatralizada (ou uma pantomina dançada) que tem lugar na gravana, ao ar livre, por altura das festas religiosas e populares.
Cada grupo de Danço Congo é constituído por uma secção musical (três ou quatro tambores, flautas e canzás) e um número variável de figurantes, todos eles hábeis dançarinos: o capitão congo, o lôgôzu, o anju môlê (anjo que morreu), o anju cantá (anjo cantador), o opé pó (figura que executa diversas acrobacias sobre duas andas), Mulogi o feiticeiro, o zuguzugu (ajudante de feiticeiro), três ou quatro bobos, o djabu (diabo) e dez a dezoito soldados dançarinos.
Esta dança frenética, colorida, espectacular, com uma vigorosa – quase violenta – coreografia, conta ao longo de três horas a seguinte história: um rico faleceu e deixou como herança aos seus quatro filhos (os bobos) uma extensa roça.
Incapazes de cuidar da propriedade, estes pedem a colaboração do "capitão congo", que aceita e escolhe os seus auxiliares (o lôgôzu passa a ser o guarda da roça). Um dia há festa e os bailarinos dançam orientados pelo capitão. O feiticeiro e o ajudante aproximam-se para observar.
O capitão vê-os e ordena ao 'anju cantá' que cante, convidando-os a participar na festa, mas eles não se aproximam. O capitão decide então cercá-los, para os capturar e obrigar a tomar parte na dança. Mais tarde, o feiticeiro e o ajudante conseguem fugir.
Aparece entretanto o opé pó, dançando sobre enormes andas, e os figurantes dispõem-se à sua volta e recomeçam a bailar. Passado algum tempo entra o demónio. O feiticeiro regressa e, com a ajuda do djabu, mata o anju molê (filho de um dos bobos).
A tristeza apodera-se de todos. O capitão pede contas ao lôgôzu por ter deixado escapar o feiticeiro, mas ele responde-lhe que a sua função era guardar a roça por fora e não por dentro. Indiferentes ao falecimento do anju molê, os bobos cantam em coro dizendo que não há motivo para a festa terminar.
O Danço Congo foi proibido na época colonial porque as autoridades alegavam que o seu ritmo frenético extenuava os dançarinos, diminuindo o seu rendimento no trabalho.

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